Estudo indica por que câncer de intestino pode se tornar tão agressivo
Pesquisadores da Universidade de Edimburgo identificaram como as células do câncer de intestino se tornam mais agressivas em algumas pessoas
atualizado
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Cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, descobriram por que o câncer de intestino pode evoluir para uma doença mais agressiva e difícil de tratar. Em um estudo publicado na revista Nature, eles explicam que as células desse tipo de tumor mudam de forma para tipos mais resistentes, como as encontradas na pele e nos músculos.
As novas evidências podem contribuir com estudos que buscam soluções para o tratamento da doença.
Segundo os pesquisadores, o processo de transformação das células cancerígenas (chamado de plasticidade celular) ajuda a doença a resistir ao tratamento oferecido e facilita a disseminação delas pelo corpo, tornando o câncer mais perigoso.
“As células da pele são feitas para lidar com mais estresse do que outros tipos, então isso pode ser um truque que o câncer usa para ficar mais forte e se espalhar”, explica a autora principal do artigo, Patrizia Cammareri, em entrevista ao portal britânico Daily Mail.
Os cientistas também investigaram o gene Artx que, quando mutado, é associado a formas agressivas do câncer intestinal. Em testes realizados em tecidos animais e humanos, eles perceberam que a perda desse gene levou ao aumento de tumores metastáticos, que se espalharam para órgãos como fígado, gânglios linfáticos e diafragma.
Como fazer a detecção precoce do câncer de intestino?
- A detecção precoce do câncer pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos.
- Os exames são indicados para pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença.
- Os principais sinais e sintomas do câncer de intestino são: sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal (diarreia e/ou prisão de ventre), dor, cólica ou desconforto abdominal.
- Também podem ser observados casos de fraqueza, indisposição e anemia. Pacientes com tumor colorretal acabam perdendo peso sem causa aparente e sentem sensação de inchaço abdominal, como se tivessem fezes constantemente presas.
Aumento de câncer no intestino no público jovem
Os pesquisadores da Universidade de Edimburgo avaliam que o achado acontece em um momento importante, visto que as ocorrências de câncer de intestino entre a população mais jovem tem aumentado. Para eles, é essencial entender a atividade das células cancerígenas e o desenvolvimento da doença.
Embora a obesidade seja um fator de risco conhecido para o câncer de intestino entre pessoas mais novas, a doença também vem sendo detectada em jovens saudáveis. Isso sugere que outros fatores possam estar envolvidos no desenvolvimento do tumor.
Alguns especialistas acreditam que a maior exposição a microplásticos, presentes em alimentos ultraprocessados ou espalhados pela poluição, também podem estar por trás disso.
“Esperamos que essa descoberta nos permita desenvolver novos tratamentos para impedir que essas células mudem e evitar que o câncer se espalhe quando se tornar muito mais difícil de tratar”, avalia o coautor do estudo, Kevin Myant, especialista em câncer da universidade escocesa.
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